Com a ascensão do valor humano na
era pós-industrial, as pessoas transitaram sua busca por bens materiais para a
maximização da qualidade de vida. Essa transição não só pairou sobre a sociedade
como também se alastrou para dentro das organizações. Com isso, se deu uma
maior cobrança por reconhecimento por parte dos funcionários em relação a seus
superiores. No entanto, dado o contexto capitalista e de alta produção,
representado nesta sociedade, há necessidade de desenhar um ponto de
equilíbrio, em que o tanto os anseios dos trabalhadores quanto os das
organizações sejam contemplados.
É interessante destacar que ambos
caminham em uma só via, dada semelhança em alguns pontos, contudo em extremos
diferentes. As organizações, por
exemplo, são caracterizadas pela sua busca constante por crescimento
financeiro, status e reconhecimento. Semelhante a isto estão as buscas
individuais, em que as pessoas cada vez mais procuram pela maximização de seu bem
estar vista ampliação de sua renda e valoração de sua capacidade intelectual.
É justamente nesse aspecto que surge um conflito entre as organizações e seus
funcionários.
As organizações buscam adequar os
trabalhadores às carências funcionais de seus setores e para isso, basicamente
são adotados alguns processos de treinamento. Os treinamentos são meras formas
de reprodução de técnicas aprendidas e não possibilita o desenvolvimento
pessoal do funcionário. Como explicitado anteriormente, dada a mudança dos
costumes sociais as organizações atuais devem abrir espaços para os seus
funcionários que possibilitem a esses, ambientes para reflexão, aprimoramento e
desenvolvimento das habilidades aprendidas na fase de treinamento. Desse modo
entende-se que tanto o processo de desenvolvimento quanto o de treinamento estão
interligados.
No entanto, com a desenfreada
busca pela maximização de lucros adotada pelas empresas, o crescimento pessoal
fica cada vez mais distante de se tornar viável, este, no entanto ocorre muitas
vezes quando aquelas entendem que pessoas satisfeitas são motivadas a empenhar-se
ao máximo. No contexto público essa busca pelo desenvolvimento é ainda mais
complexa, dado o engessamento e dificuldade de flexibilização das organizações.
Os servidores são engolidos por sistemas nada horizontais, com uma hierarquia
rigorosa, e com poucas vistas ao desenvolvimento das capacidades humanas. Isso
inviabiliza o processo de inovação, pois uma vez que os indivíduos pudessem
aprimorar seus conhecimentos novas experiências tenderiam a surgir e com isso novas
propostas seriam incorporados as instituições. No entanto, no máximo são
realizados processos de treinamento, exigidos por lei. Dessa forma, é preciso
refletir sobre o quão pouco tem se renovado a máquina pública e debater as razões
pelas quais não são abertos maiores espaços aos seus servidores.
Texto escrito pela aluna de Administração Pública da Universidade Federal de Lavras, Luciane Resende.
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