quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Implicações geradas pela falta de desenvolvimento no setor público






   Com a ascensão do valor humano na era pós-industrial, as pessoas transitaram sua busca por bens materiais para a maximização da qualidade de vida. Essa transição não só pairou sobre a sociedade como também se alastrou para dentro das organizações. Com isso, se deu uma maior cobrança por reconhecimento por parte dos funcionários em relação a seus superiores. No entanto, dado o contexto capitalista e de alta produção, representado nesta sociedade, há necessidade de desenhar um ponto de equilíbrio, em que o tanto os anseios dos trabalhadores quanto os das organizações sejam contemplados.
   É interessante destacar que ambos caminham em uma só via, dada semelhança em alguns pontos, contudo em extremos diferentes. As organizações, por exemplo, são caracterizadas pela sua busca constante por crescimento financeiro, status e reconhecimento. Semelhante a isto estão as buscas individuais, em que as pessoas cada vez mais procuram pela maximização de seu bem estar vista ampliação de sua renda e valoração de sua capacidade intelectual. É justamente nesse aspecto que surge um conflito entre as organizações e seus funcionários.
   As organizações buscam adequar os trabalhadores às carências funcionais de seus setores e para isso, basicamente são adotados alguns processos de treinamento. Os treinamentos são meras formas de reprodução de técnicas aprendidas e não possibilita o desenvolvimento pessoal do funcionário. Como explicitado anteriormente, dada a mudança dos costumes sociais as organizações atuais devem abrir espaços para os seus funcionários que possibilitem a esses, ambientes para reflexão, aprimoramento e desenvolvimento das habilidades aprendidas na fase de treinamento. Desse modo entende-se que tanto o processo de desenvolvimento quanto o de treinamento estão interligados.
   No entanto, com a desenfreada busca pela maximização de lucros adotada pelas empresas, o crescimento pessoal fica cada vez mais distante de se tornar viável, este, no entanto ocorre muitas vezes quando aquelas entendem que pessoas satisfeitas são motivadas a empenhar-se ao máximo. No contexto público essa busca pelo desenvolvimento é ainda mais complexa, dado o engessamento e dificuldade de flexibilização das organizações. Os servidores são engolidos por sistemas nada horizontais, com uma hierarquia rigorosa, e com poucas vistas ao desenvolvimento das capacidades humanas. Isso inviabiliza o processo de inovação, pois uma vez que os indivíduos pudessem aprimorar seus conhecimentos novas experiências tenderiam a surgir e com isso novas propostas seriam incorporados as instituições. No entanto, no máximo são realizados processos de treinamento, exigidos por lei. Dessa forma, é preciso refletir sobre o quão pouco tem se renovado a máquina pública e debater as razões pelas quais não são abertos maiores espaços aos seus servidores.


Texto escrito pela aluna de Administração Pública da Universidade Federal de Lavras, Luciane Resende.

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